Selecionamos os principais cartazes utilizados na propaganda revolucionária paulista de 1932. Como bem se nota de seus arranjos, foram cartazes bem incisivos e apelativos, fazendo a população paulista se conscientizar diante da comunhão de esforços que imperava em todo o torrão de solo paulista.
O alistamento e a doação de ouro foram as duas principais medidas solicitadas, pois, pela primeira, aumentava-se, de modo ululante, o efetivo de soldados enfileirados; pela segunda, financiava-se o movimento. Ademais, a crítica à Ditadura também se fez presente em todos os cartazes, ainda que de modo indireto.
Também é digno de nota o incremento dado à história paulista colonial, qual seja a da expansão territorial promovida pelos Bandeirantes. Essa valorização foi um eficaz meio midiático para enaltecer a honra e a importância dos paulistas na formação e, sobretudo, na expansão do território brasileiro, uma vez que estes desbravadores paulistas avançaram "homericamente" o marco de Tordesilhas, multiplicando o solo brasileiro em diversas vezes.
Diferentemente do que muito se afirma, não cremos ter o sido o "Mito do Bandeirante" criado no contexto da Revolução de 1932. Ao contrário, é possível verificá-lo, em alguma medida, já no século XVIII, com o genealogista Pedro Taques, em sua coleção "Nobiliarquia Paulistana Histórica e Geográfica"e, também, na coleção genealógica de Silva Leme, "Genealogia Paulistana", composta de 09 Volumes e responsável pela genealogia das principiais famílias que formaram o povo paulista. É no estudo da genealogia onde melhor se verifica que o louvor e a honra de descendermos de Bandeirantes é fato bem antigo no imaginário paulista. Todavia, não se nega, tal louvor ganhou proporções gigantescas em 32, haja vista ter sido operacionalizado para uma guerra.
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